A realidade potencialmente transformadora de uma gravidez indesejada causa ansiedade real para a maioria das pessoas. Um dos últimos recursos para evitar uma gravidez é a contracepção de emergência, sendo a palavra-chave emergência.
Existem muitos motivos para recorrer à contracepção de emergência após a relação sexual: razões comuns como preservativo rompido, esquecimento de tomar pílulas anticoncepcionais, sexo desprotegido em um relacionamento estável, ou uma ficada de uma noite, e situações horríveis e extremas como agressão sexual. A decisão de recorrer ao “Plano B” deve ser tomada rapidamente, pode ser bastante traumática e pode resultar em potenciais efeitos colaterais físicos.
Já escrevemos sobre contracepção hormonal (pílula, anel vaginal, adesivos transdérmicos, DIU hormonal) e contracepção não hormonal (preservativos masculinos e femininos, esponjas contraceptivas, vasectomia, laqueadura tubária, DIUs não hormonais). Todos esses métodos exigem planejamento cuidadoso e ação regular, mas a vida nem sempre sai como o planejado.
O peso psicológico da responsabilidade pela contracepção já recai de forma desproporcional sobre as mulheres. Com a urgência de uma emergência, a situação se torna ainda mais assustadora. O ideal é ter um plano definido. Só por precaução.
Decida por si mesma se a contracepção de emergência é algo que você usaria e como gostaria de reagir em uma situação em que ela fosse necessária. Claro, cada situação é única e suas reações no momento podem diferir do que você imagina ao planejar.
Se você tem uma parceira(o) sexual de longo prazo, também pode conversar sobre possíveis cenários. Como ela(e) reagiria se o preservativo rompesse?
Milhões de mulheres já estiveram nessa situação. Qualquer que seja sua decisão, você não está sozinha.
A contracepção de emergência é destinada somente a prevenir a gravidez e não previne nem trata infecções sexualmente transmissíveis. ISTs só podem ser prevenidas com métodos de barreira como preservativos.
Existem dois tipos de contracepção de emergência — a pílula do dia seguinte e o DIU. A pílula do dia seguinte divide-se em dois tipos; o mais comum e acessível é o “Plano B”.
Plano B é um nome popular (e também de uma marca) para as pílulas anticoncepcionais de emergência que podem ser tomadas logo após uma relação sexual desprotegida. São conhecidas também como “pílulas do dia seguinte”, embora você possa tomá-las imediatamente após o sexo sem aguardar o dia seguinte.
O Plano B é mais eficaz se usado dentro de 72 horas (três dias), mas ainda pode funcionar se tomado até cinco dias após o sexo vaginal. Com o passar do tempo, a eficácia potencial diminui. A pílula do dia seguinte é aproximadamente 75% a 89% eficaz e quanto mais cedo for tomada, melhor.
As pílulas de emergência usam o medicamento hormonal levonorgestrel. Em algumas pílulas, ele também é combinado com estrogênio. O levonorgestrel é um hormônio progestagênico que engrossa o muco cervical e inibe a ovulação, tornando muito menos provável uma fertilização bem-sucedida. Não pode interromper uma gravidez em curso nem impedir que um óvulo já fecundado se implante no endométrio (revestimento do útero).
Existem várias marcas, mas você pode simplesmente pedir por contracepção de emergência ou Plano B na farmácia. As pílulas de emergência estão disponíveis sem receita e sem limite de idade em todas as farmácias e muitos supermercados.
Você também pode comprar as pílulas do Plano B online, mas certifique-se de verificar a credibilidade do site. Utilize apenas medicamentos aprovados pela Anvisa (ou FDA) de fontes confiáveis, que cheguem em embalagem intacta e com instruções completas.
A contracepção de emergência moderna não causa mais grandes sangramentos como no passado e provavelmente não induzirá uma menstruação completa no dia seguinte. Porém, pequenos sangramentos podem ocorrer.
Os efeitos colaterais mais comuns incluem:
Se você vomitar logo após tomar a pílula, pode não ter absorvido o suficiente do medicamento para que ele seja eficaz.
Se sentir efeitos colaterais graves, como sangramento excessivo, perda de consciência ou dor extrema, procure atendimento médico imediatamente.
Uma pílula do dia seguinte geralmente custa entre R$ 40 e R$ 60 (dólares ou reais, dependendo do país). Pode ser encontrada com preços reduzidos em centros especializados, como o Planejamento Familiar. Só é preciso uma pílula para evitar a gravidez. Se houver dificuldades financeiras, tente procurar um centro de apoio local ou clínica de saúde sexual para auxílio.
Em alguns locais, contraceptivos, incluindo o Plano B e DIUs, são gratuitos para pessoas com menos de 16 anos. Consulte as leis locais pela internet.
Outro medicamento — acetato de ulipristal — também é utilizado para contracepção de emergência. Diferente do levonorgestrel, o acetato de ulipristal pode ser prejudicial a uma gravidez já iniciada. Trata-se, principalmente, de um medicamento com prescrição médica, que não pode ser comprado livremente.
A eficácia do acetato de ulipristal é 1% a 2% maior que a do levonorgestrel, e sua janela de eficácia é maior — até 5 dias, sem perda de eficiência.
Profissionais de saúde em algumas regiões do mundo estão tentando disponibilizá-lo sem necessidade de prescrição médica.
Os efeitos colaterais são semelhantes aos da pílula do dia seguinte mais comum.
Um fato muitas vezes ignorado, mas muito importante, é que a pílula do dia seguinte pode não ser eficaz se você estiver acima do peso. O limite de 70 kg (155 libras) é frequentemente citado para o Plano B, e 88 kg (195 libras) para o acetato de ulipristal. Nesses casos, ainda é possível utilizar um DIU de cobre (não hormonal), que não apresenta limite de peso.
O acetato de ulipristal não é recomendado para mães que estão amamentando. Se não houver outra opção, ele pode ser tomado, mas o leite deve ser descartado por 1–2 dias.
Não use a pílula do dia seguinte se você:
Talvez você ache que terá mais chances de evitar uma gravidez se tomar mais de uma pílula, por exemplo, um dia depois e três dias após o sexo desprotegido. Não há riscos adicionais nisso, mas também nenhum benefício. Ou funciona na primeira vez, ou não funciona.
O dispositivo intrauterino, ou DIU, é normalmente usado para contracepção de longo prazo. Existem dois tipos de DIU — os que contêm hormônios e os que contêm cobre. DIUs de cobre também podem ser eficazes como contracepção de emergência, se inseridos até cinco dias após a relação desprotegida. O DIU é mais eficiente do que qualquer uma das pílulas do dia seguinte, causa menos efeitos colaterais e o peso não interfere na eficácia, no entanto, a colocação do DIU exige assistência profissional, o procedimento é invasivo e o DIU é mais caro do que a pílula. Isso o torna menos acessível como método de emergência, especialmente com o prazo apertado de 5 dias.
O DIU de cobre é um pequeno dispositivo em forma de T, feito de plástico e cobre, inserido diretamente no útero por uma profissional de saúde. Ele libera uma pequena quantidade de cobre no útero e nas trompas de falópio, agindo como espermicida para impedir a fertilização. Se o óvulo já foi fecundado, o DIU pode impedir que ele se implante no revestimento do útero. O DIU também pode interferir em uma gravidez já iniciada, por isso não é recomendado para mulheres que já estão grávidas. (Estudos recentes indicam que DIUs hormonais podem ser tão eficazes quanto DIUs de cobre para contracepção de emergência, mas são necessários mais dados.)
Agende uma consulta para colocação do DIU com a sua ginecologista o mais breve possível após a relação desprotegida. Converse sobre a possibilidade de usar o DIU como contraceptivo de longo prazo.
O DIU é uma das formas mais eficazes de contracepção tanto de longo prazo quanto de emergência, com uma taxa de sucesso de 99% se usado no tempo e inserido corretamente.
Os efeitos colaterais mais comuns do uso do DIU incluem:
Você pode comprar uma pílula do dia seguinte com antecedência e guardá-la para uma emergência. Se armazenadas corretamente, as pílulas à base de acetato de ulipristal têm validade de cerca de três anos, enquanto as à base de levonorgestrel duram cerca de quatro anos. Lembre-se, não são indicadas para uso regular.
A única forma 100% garantida de evitar a gravidez é a abstinência — não ter relações sexuais vaginais. Se você deseja ser sexualmente ativa, mas não quer engravidar, considere suas opções. Métodos de longa duração, hormonais, são muito mais eficazes do que a pílula do dia seguinte, e os preservativos ainda oferecem o benefício de prevenção contra ISTs.
Cuide de si mesma e pratique sexo seguro!
Você pode acompanhar seu ciclo menstrual usando o WomanLog. Baixe o WomanLog agora: