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Gravidez na Adolescência

Ter um filho é uma decisão que muda a vida, mesmo para uma adulta totalmente preparada. Descobrir que você está grávida sem saber como lidar com a situação é suficiente para deixar até mesmo a adolescente mais centrada em estado de pânico.

Navegando pela Adolescência e Maternidade - Compreendendo as Realidades da Gravidez na Adolescência.

Neste artigo, fornecemos informações úteis sobre as escolhas à frente e os passos a serem tomados caso você ou alguém querida esteja enfrentando uma gravidez inesperada.

Fisicamente, engravidar é um processo relativamente simples. As circunstâncias ao redor, no entanto, podem ser infinitamente complicadas. Todos os fatores significativos devem ser considerados quando se está diante de decisões que terão consequências permanentes.

O QUE VOCÊ DEVE FAZER?

Então, você acabou de descobrir que está grávida e não sabe o que fazer. Primeiro, respire fundo. Você conseguirá focar melhor se estiver calma. Este artigo está aqui para ajudar. Leia estas perguntas e reflita cuidadosamente.

Você tem certeza de que está grávida?

A primeira coisa a fazer é garantir que suas informações sejam confiáveis. Há muitos mitos sobre sexo e gravidez (entre crianças e adultas). Mesmo que você tenha tido aulas sobre sexualidade e gravidez na escola, ainda pode haver coisas a aprender.


A educação oficial costuma excluir informações cruciais sobre funções corporais absolutamente normais e experiências humanas, como  a puberdade, o funcionamento do corpo masculino e  do corpo femininoa sexualidade e  a perda da virgindade, diferentes tipos de anticoncepcionais ( hormonais e  não hormonais), e  doenças sexualmente transmissíveis (também conhecidas como DSTs).

Como você descobriu sua gravidez, e quais outras explicações possíveis existem?

“Minha menstruação está atrasada.”

O seu ciclo menstrual é influenciado por muitos aspectos diferentes da sua vida. Gravidez é uma das razões para sua menstruação atrasar (ou vir muito fraca), mas existem outras possíveis explicações (como estresse e grandes mudanças de estilo de vida) a considerar. Se o seu ciclo já não era regular, você pode encontrar informações úteis no nosso artigo sobre menstruações irregulares.

“Estou tendo sintomas relacionados à gravidez.”

Muitos dos sintomas relacionados à gravidez—dores de cabeça, inchaço, náusea, cansaço, seios doloridos, tontura, estômago embrulhado, entre outros—também acontecem com a tensão pré-menstrual (TPM). Isso não significa que você deve ignorá-los (especialmente se está sentindo sintomas severos pela primeira vez), mas eles também não são um diagnóstico definitivo. Alguns sintomas, como o aumento abdominal, podem indicar gravidez, mas também podem ser causados por diversos problemas médicos. Se estiver preocupada, procure sua médica.

“Fiz um teste de gravidez.”

Os testes de gravidez são bastante eficazes, mas nem sempre são 100% confiáveis. Resultados falso-positivos e falso-negativos podem ocorrer se você fizer o teste na hora errada, se estiver usando alguma medicação específica, ou passando por alguma doença. Leia sobre como funcionam os testes de gravidez. Se você fez tudo corretamente e o teste foi positivo (ou se quiser ter certeza), faça o exame com uma profissional.

“Recebi um diagnóstico de uma médica.”

Visitar uma obstetra/ginecologista (GO) qualificada é realmente a única forma infalível de saber se você está esperando um bebê. Os exames realizados em consultório, como o exame pélvico, ultrassonografia (sonograma), exame de sangue e exame de urina são mais sensíveis e fornecem dados muito mais confiáveis do que um teste de gravidez caseiro. Se confirmarem que você está grávida, você poderá conversar com uma especialista, discutir suas opções e agendar futuros acompanhamentos.

Aonde procurar ajuda?

Converse com alguém de confiança. Não tente resolver tudo sozinha. Todo mundo precisa de apoio.

Você provavelmente deve contar aos seus pais, a outra pessoa da família ou responsável. Não importa a relação que vocês tenham, a gravidez muda tudo—isso é algo que eles certamente gostariam de saber. Eles te amam. Querem seu bem. E só poderão ajudar se souberem o que está acontecendo.

Foi um choque para você, então será um choque para eles também. Tire um tempo para pensar no que pretende dizer. Se estiver com dificuldade para abordar o assunto, tente ser o mais honesta possível. Se não conseguir falar em voz alta, pode escrever uma carta (mas não deixe simplesmente para eles encontrarem, entregue em mãos).


“Tenho algo para te contar. Isso não é fácil para mim, e estou com medo, mas acho que contar é a coisa certa a fazer. Espero que possa me compreender e me ajudar a descobrir o que fazer. Estou grávida.”

Pais também são pessoas, com experiências e expectativas diferentes. Você pode se surpreender com o apoio que vai receber. Mostrar que está levando a situação a sério ajuda eles a focar na resolução dos problemas, em vez de reagirem emocionalmente. No entanto, se reagirem com explosão emocional, procurando alguém para culpar ou punir, lembre gentilmente que, apesar de seus sentimentos serem válidos, grandes emoções não ajudam agora. Tente controlar seus próprios sentimentos e dê espaço, se precisarem se acalmar.


“Sei que é difícil de assimilar. Seria importante para mim se conseguíssemos conversar com calma. Preciso saber que posso contar com vocês quando realmente precisar de ajuda.”

Pode não acontecer como você esperava, ou pode receber muito amor e apoio. O importante é que reconheçam o que é melhor para você e para o seu futuro.

Infelizmente, há exceções. Se sua família é abusiva, ou se você tem certeza de que a reação seria puramente negativa, irracional ou perigosa, talvez seja melhor não contar. Nesse caso, recorra a uma adulta de confiança—uma amiga compreensiva ou professora. Se não lembrar de ninguém, existem organizações que ajudam pessoas na sua situação; procure um número para ligar.

Recebendo Apoio Parental - Garantindo um Refúgio Seguro para Adolescentes Diante dos Desafios da Gravidez


Você está em um lugar seguro? Está recebendo a ajuda necessária?

Se seus pais são compreensivos, você não precisará se preocupar com um lugar seguro para ficar. Se não forem, talvez precise ficar com uma amiga ou outro parente por um tempo. Procure auxílio de uma adulta que tenha experiência em cuidar ou ajudar outras pessoas, como professora, médica ou mesmo uma policial. Também é possível buscar linhas de apoio pela internet. Pode haver uma organização na sua região que oferece abrigo para pessoas nessa situação.

Tenha cuidado e confie em sua intuição. Se estiver em companhia de uma adulta que deveria ajudar, mas essa pessoa age de forma estranha, agressiva, manipuladora, ou se algo simplesmente não parecer certo, você não precisa fazer o que ela diz. Não deixe ninguém te obrigar a algo que não queira. Se sentir que está em perigo, não fique com essa pessoa, principalmente se estiverem sozinhas. Procure um lugar seguro, procure alguém de confiança.

E o pai?

Você só deve começar a pensar no papel do pai do bebê depois de estar em segurança e com apoio necessário.

Se você tem um relacionamento com o pai, haverá conversas sérias pela frente, especialmente se quiser que ele participe. Tenha em mente que ele pode não reagir como você espera. Tornar-se pai pode ser algo para o que ele não está pronto, mas ele é responsável por seus atos e deve entender as consequências. Se você sentir que é seguro ter essa conversa, faça isso. Estar informada pode evitar que ele repita o mesmo erro no futuro.

Ele pode ter opinião forte sobre manter ou não o bebê. Lembre-se—quem decide é você. Isso acontece no seu corpo, não no dele. Você escolhe o que vai acontecer a seguir. Também é importante buscar informações sobre as implicações legais da sua situação. Você pode ter direito ao apoio dele.

Se sua gravidez é resultado de uma relação sexual não consentida, não entre em contato com o pai. Procure a polícia ou uma organização de apoio à mulher, especialmente se considerar que o pai pode colocar você ou o bebê em risco. Se estiver disposta a usar um kit de coleta de provas (kit para casos de estupro), não tome banho antes de buscar ajuda—você não quer eliminar o DNA que pode estar em seu corpo.

PAIS, ESTA SEÇÃO É PARA VOCÊS

A notícia de uma gravidez não planejada e transformadora não é algo que qualquer mãe, pai, avó, irmão, responsável ou mentora queira receber.

É natural sentir choque, decepção ou raiva, mas lembre-se—não a faça se sentir pior do que já está. Transformar seus sentimentos em problema dela não vai ajudar. Em hipótese alguma, é apropriado punir sua filha pelo que aconteceu.

Considere o que ela está enfrentando—a despeito do medo e do risco de julgamento e rejeição, sua filha decidiu pedir sua ajuda. Não importa quantas discussões tiveram ou quantas vezes não se entenderam, ela escolheu confiar em você. Não traia essa confiança, ou ela pode nunca mais recorrer a você no futuro.

Você pode optar por ser extremamente solidária, fazer o melhor como mãe. Converse sobre o que aconteceu, deixe claro que honestidade é bem-vinda. Pode haver informações importantes que sua filha ainda não contou—ela pode ter sido coagida, manipulada ou abusada. Tenha certeza do que está falando antes de culpar alguém (mas lembre-se, não é hora de culpas).

Mostre à sua filha que ela é acolhida e apoiada, e ajude a obter as informações necessárias para decidir o que fazer a seguir. Discuta as opções detalhadamente, analisando prós e contras de cada uma. Ajude a fazer uma escolha se ela pedir, mas jamais decida por ela.

DEVO FICAR COM O BEBÊ?

Criar um filha(o) é ao mesmo tempo gratificante e desafiador. Tornar-se mãe tão jovem exige colocar o bebê em primeiro lugar, enquanto você mesma ainda está em desenvolvimento. Prepare-se para os desafios. Aqui estão algumas perguntas para refletir:

  • Você está disposta a virar sua vida de cabeça para baixo? Se decidir ficar com o bebê, nada mais será como antes. Você ficará responsável por um ser humano inteiro. Isso significa abrir mão do seu tempo, energia, sono e vida social num futuro próximo. Se quiser continuar estudando, será bem mais difícil. Este é o momento de avaliar se está pronta para tantos sacrifícios.
  • Você tem apoio necessário? Ter uma rede de apoio é essencial em decisões assim. Há pessoas dispostas a te ajudar durante a gestação? Vão compartilhar a responsabilidade de criar o bebê?
  • Você tem dinheiro para se cuidar agora (ou alguém está te apoiando)? Tem estabilidade financeira? Pode pagar por atendimento médico, alimentação adequada, fraldas, roupas de bebê? Tem um lugar para ficar durante a gestação, o pós-parto e a recuperação? Se depende de alguém, tem planejamento realista para ser independente no futuro?

Também é fundamental avaliar se você está capaz de cuidar do bebê a longo prazo nos aspectos financeiro, mental, emocional e físico. Cuidar de si é uma coisa, ser responsável por dois é completamente diferente.


Criar um filha(o) é cansativo e custa caro.

De onde virá o dinheiro?  Como manter sua saúde e a do bebê—física e mental? Conseguirá evitar erros clássicos de parentalidade que geram ressentimento?

Também é fundamental entender qual é sua rede de apoio antes de decidir. Criar o bebê será responsabilidade só sua ou alguém pode ajudar? Nos primeiros anos, o bebê vai precisar de atenção integral. Mesmo que ache que dá conta, vai precisar de pausas. Seja pai, familiares, responsáveis ou amigas de confiança, ter alguém para revezar quando os níveis de energia caírem é uma bênção.

Se decidir ficar com o bebê, isso impacta suas chances de continuar estudando e/ou trabalhando. No mínimo, você precisará de tempo nos últimos meses de gravidez e nas primeiras semanas após o parto. Na prática, pode demorar mais. Depende da situação financeira e apoio. Algumas escolas/empregadores podem não querer te aceitar de volta. Tudo isso afeta o futuro, por isso informe-se ao máximo.

Lembre-se de que a gravidez pode impactar sua saúde. Mesmo uma gestação saudável exige muito do corpo.


Ter um bebê muito jovem aumenta riscos de complicações.

Os problemas mais comuns incluem anemia, pressão alta, diabetes gestacional, pré-eclâmpsia, parto prematuro, aborto espontâneo e diversas infecções. Se possível, faça acompanhamento médico regular durante a gestação—para o seu bem e do bebê.

Também vale descobrir os riscos do parto na adolescência. Só o fato de poder engravidar não significa que o seu corpo está pronto para o parto. Dependendo da maturidade física, pode ser necessário fazer cesariana para reduzir riscos para ambos.

Se decidir continuar com a gravidez, faça exames regulares para garantir que tudo vai bem. Planeje uma alimentação saudável e não deixe faltar nutrientes essenciais—um suplemento pré-natal diário pode ajudar a cobrir carências. Hábitos prejudiciais como fumar ou beber também devem ser interrompidos pelo bem do bebê.

Cursos de preparação para o parto e grupos de apoio ajudam no preparo físico e mental. É importante saber que você não está sozinha. Outras mulheres costumam compartilhar experiências e dicas sobre rotina, amamentação etc. Alguns cursos incluem exercícios; de todo modo, tente manter-se minimamente ativa. Se tem algum quadro de saúde, consulte uma profissional sobre intensidade e tipo de exercício mais indicado nesse momento.


Se possível, visite uma psicóloga. Falar sobre as experiências ajuda a processar tudo o que está vivendo e preparar-se para essa nova etapa.

Buscando Apoio Emocional - Considere Consultar uma Psicóloga para Orientação e Preparação durante a Gravidez


Pode parecer que sua vida está desmoronando, mas na verdade ela está se transformando. A única constante é a mudança. Ter um bebê não significa abandonar sonhos e objetivos—talvez demore mais para alcançar, mas ainda é possível.

ABORTO

Se decidir não continuar com a gestação, o próximo passo é buscar informações sobre a interrupção. Será preciso preparo emocional se essa for a sua escolha. Talvez queira alguém de confiança para te acompanhar na clínica—saber que não está sozinha ajuda muito. Também pode ser preciso alguém para levá-la para casa após o procedimento caso fique sonolenta.

Existem dois métodos para abortar—aborto por medicamento e aborto cirúrgico. Ambos são igualmente eficazes.

O aborto cirúrgico é geralmente a escolha mais comum. Pode ser feito durante o primeiro trimestre (até 14 semanas), com pouco risco de complicações, e em alguns casos também é possível no segundo trimestre (o limite exato varia conforme o país). Quanto mais tarde, mais complicado fica. O procedimento costuma durar cerca de 10 minutos, mas todo o processo (da chegada à recuperação) pode levar de 4 a 5 horas.

Os efeitos colaterais de um aborto cirúrgico podem ser divididos em três categorias:

Sintomas esperados, frequentemente sentidos após o procedimento, incluem dor e cólicas abdominais, náusea, diarreia, escape e sangramento.

Sintomas possíveis, aqueles que só ocorrem se algo der errado, incluem sangramento intenso ou persistente, infecção ou septicemia, lesões no colo do útero, formação de cicatriz no útero, perfuração (pequeno furo) no útero ou dano a outros órgãos.

Sintomas graves, ou os piores cenários, incluem dor abdominal e nas costas que impede de sentar ou ficar em pé, secreção com cheiro forte, febre alta e continuação dos sintomas de gravidez.

Para reduzir riscos, procure uma clínica confiável. Garanta que estará bem assistida. A médica deve explicar o procedimento e todos os riscos antes do aborto.

O aborto medicamentoso é um procedimento não cirúrgico. Não é indicado se:

  • Você tem mais de 9 semanas de gestação
  • Tem distúrbios de coagulação ou toma anticoagulantes
  • Tem problemas nas glândulas suprarrenais
  • Toma corticosteroides
  • Usa DIU
  • Tem gravidez ectópica (fora do útero)
  • É alérgica à medicação utilizada no processo de aborto

O aborto medicamentoso é feito com combinação de dois remédios. Pode ser realizado na clínica ou em casa, com acompanhamento médico posterior. É uma alternativa para quem não tem acesso a clínica de aborto. O primeiro medicamento é administrado pela médica ou tomado em casa. Ele bloqueia os hormônios essenciais para a gravidez continuar. O segundo medicamento dilata o colo do útero e ajuda a expelir o conteúdo. Geralmente é administrado 24 a 48 horas depois, sendo tomado pela mucosa bucal (colocando o comprimido na lateral da boca até dissolver, depois engolindo o restante com água).


A orientação sobre o tempo entre os comprimidos pode variar; leia atentamente as instruções antes de um aborto medicamentoso.

No aborto medicamentoso, alguns sintomas comuns são sangramento vaginal e cólicas, que costumam começar poucas horas após o segundo comprimido e duram em média 10–13 dias. A quantidade e intensidade desses sintomas varia de pessoa para pessoa. Outros sintomas incluem náusea, vômito, diarreia, calafrios ou febre, geralmente passageiros. Entre os piores cenários estão: sangramento intenso e prolongado, infecção, febre, desconforto digestivo, aborto incompleto e permanência da gravidez indesejada.

De novo, procure fontes seguras para obter os remédios. Dê a si mesma a melhor chance de sucesso. Passados os sintomas, você poderá dar prosseguimento à sua vida normalmente.

ADOÇÃO

Se optou por não abortar, mas não está preparada para criar um filha(o), existe a possibilidade de entregá-lo para adoção. Há inúmeras pessoas que sonham em ser mães ou pais mas não conseguem ter filhos, ou preferem acolher uma criança órfã. Procure uma agência de adoção na sua região, elas orientam em todo o processo para encontrar a melhor solução para você e o bebê.

Você pode escolher adoção aberta ou adoção fechada.

A adoção aberta permite que você conheça os adotantes e mantenha contato para acompanhar o crescimento da criança. O nível de interação pode ser ajustado conforme o que for confortável para ambas as partes.

Na adoção fechada, não há informações sobre os adotantes e vice-versa. Às vezes, vidas separadas são melhores.

Dar um novo lar ao seu bebê pode (mas não obrigatoriamente) causar sentimentos intensos de luto ou tristeza e dificuldade em desapegar, podendo fazer você sentir que tomou a decisão errada. Os hormônios maternos afetam muito o emocional. Algumas mulheres percebem que ajuda anotar e guardar os motivos pelos quais escolheram esse caminho. Deixar ir é difícil, mas após decidir, manter-se firme é melhor para todos.

FATORES CONTRIBUTIVOS & SOLUÇÕES

Gravidez na adolescência não é resultado apenas de escolhas individuais em situações isoladas—problemas sistêmicos têm papel importante. Se queremos enfrentar a questão como um todo, esses problemas devem ser abordados. Para resolver de verdade, não podemos deixar jovens desprovidas de educação a respeito dos riscos aos quais tantas acabam expostas. Instituições governamentais e comunidades precisam agir em conjunto.

A gravidez adolescente vem acompanhada de considerável risco médico. Complicações da gravidez e parto são a principal causa de morte para meninas entre 15 e 19 anos no mundo. Mães adolescentes entre 10 e 19 anos apresentam mais risco de sofrer eclâmpsia, endometrite puerperal e infecções sistêmicas que mulheres de 20 a 24 anos. Aproximadamente 3,9 milhões de abortos inseguros são realizados a cada ano entre adolescentes de 15 a 19 anos, aumento expressivo na mortalidade materna e deixando muitas sobreviventes com problemas de saúde permanentes. Bebês de mães menores de 20 anos correm mais risco de nascer com baixo peso, prematuros e de sofrerem com condições neonatais graves.

Por trás dessas estatísticas estão meninas e suas filhas e filhos de países desenvolvidos e em desenvolvimento. Só nos Estados Unidos, 250.000 adolescentes dão à luz anualmente. Segundo a Organização Mundial da Saúde, em países menos desenvolvidos ao menos 12% das meninas casam antes dos 15 anos, e 39% antes dos 18.

Ao planejar o futuro em um ambiente instável, jovens precisam de acesso a informações confiáveis sobre sexualidade e saúde sexual. Há muita desinformação sobre sexo e gravidez. Isso precisa ser combatido. Algumas escolas cumprem bem esse papel, mas comunidades sem acesso à educação não podem contar com esse privilégio, e nem todas as famílias conseguem suprir essa lacuna em casa.

Algumas comunidades preferem abordar o sexo apenas com abstinência. Infelizmente, a maioria fracassa e quase não fornece informações sobre relacionamentos sexuais e dificuldades comuns ao sexo na adolescência. O foco exclusivo na abstinência não ensina a lidar com a sexualidade de forma saudável, muitas vezes causando mais danos com uma educação incompleta e pautada na vergonha.

Alguns países (como Suécia e Noruega) tratam a sexualidade adolescente como um direito humano, focando na minimização dos riscos de situações perigosas ou prejudiciais. Empoderar adolescentes a tomar decisões conscientes sobre sua sexualidade e saúde sexual, com independência, está associado a relações mais saudáveis, menor incidência de gravidez não planejada e de DSTs.

É fundamental investir em educação sexual de qualidade, que forneça informações confiáveis sobre os mais variados cenários enfrentados pelas jovens. Com programas de apoio e currículos escolares informativos, podemos guiar uma nova geração rumo a vidas mais felizes e saudáveis.

Você pode acompanhar seu ciclo e sua vida sexual usando o WomanLog. Baixe agora:

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